Cadinho RoCo – Jeito outro de ler e pintar a vida.

Estréia oficial do Blog – 27 novembro 2006

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

DOÇURA

DOÇURA
      As ideias borbulham com o despertar da manhã sem chuva e com sol indo em busca do verão. As situações aparecem como que por encanto naquele semblante manso e quieto dela que desliza sob o manto de singular discrição. Sua presença convoca a lembrança silenciosamente e só depois, muito depois, é que ela aparece oferecendo esplendor inconfundível. Sua voz acaricia o silencio vindo do passado ao presente impondo jeito próprio de ser quem ela é.
     Quando o tempo se permite ao meditar eis que brota o contraste inconfundível do que se mostra literalmente autêntico.  Assim é que nos damos conta das marcas deixadas em nossa memória com registros de instantes idos, mas trazidos à conferência do que nos cativa.
     A doçura do carinho é o equivalente ao de algum fruto brotado do cultivo acontecido no íntimo da gente.
Belo Horizonte, 12 dezembro 2017
DESEMPANANDO
     Quando a empada passou a ser mais importante que o freguês, instalou-se o equívoco.
     Quando acreditou-se no lucro proporcionado pela empada, ignorando o trazido pelo freguês, o equívoco tornou-se ainda mais alimentado.
     Freguês não é empada. Por isso mesmo é que a empada nada tem a oferecer ao freguês. O freguês sim é que oferece o seu apetite, o seu paladar e a sua vontade à empada. Do que servirá a receita, o tempero ou a estética da empada, sem a apreciação de quem irá dar a ela algum valor?
     Confundir empada com freguês é o mesmo que querer vender o freguês para a empada.
     Será isso sensato?
Belo Horizonte, 03 maio 2001


Um comentário:

Nuno Filipe disse...

Prosa super poética. Muito bom
.
Deixando um abraço